Versace e Dior, Paris, Alta Costura inverno 2013.

Ai, a alta costura sempre surpreendendo. Não é a toa que muita gente vive pra isso, e que toda a moda gira em torno disso. Maldito mundo do luxo que nós adoramos e acompanhamos com tanta vontade. Pois um Versace é, e sempre será, um Versace. Podemos ver “cópias” por ai (o mundo é feito de cópias), mas um Versace, como eu já disse, sempre será um Versace. E digamos, que os criadores e costureiros dirigidos por Donatella se superaram nessa temporada. Principalmente os tecidos inusitados, incluindo essa ideia de “tirinhas” que já vimos e com certeza vamos ver muito mais. É uma marca que nunca vem “sem graça” mas tenho sempre as minhas criticas a fazer sobre o conceito da marca e os desfiles sem muito conceito, afinal é alta  costura, não precisa mais de nada além da excelência na construção, não?  Mas eu sinceramente gostei mais dessa coleção do que de todas as outras recentes da Versace, pois é uma coleção com peças assimétricas, que eu adoro.

Criar para alta costura não deve ser nada fácil, apesar das criações não serem tão mirabolantes assim, colocar todo o conceito e passado (muitas marcas de alta costura tem toda uma história por trás) da marca em uma coleção e ainda criar algo “novo” que agrade o público alvo (isso é importante) e ainda ganhar uma boa crítica (importante também, mas podemos deixar isso de lado) não é fácil, muitas marcas não conseguem atingir seu objetivo de ter um bom desfile, mas qual é o problema? As pessoas, que consomem o conceito e a marca em si e não as peças, não ligam para isso. Raf Simons passa por toda essa pressão quando esta criando para a grande e histórica Dior. Um diretor criativo mais centrado que John Galliano na minha opinião, (não que eu não goste do trabalho de Galliano, mas ele sempre foi excêntrico demais para a Dior, apesar de ter feito a marca a crescer muito, visualmente falando) por conseguir trazer toda essência e a história da marca para suas criações conseguindo incluir algo novo e moderno nas peças. Os criadores da Dior trouxeram peças para uma mulher elegante, poderosa e com toques bem femininos. Uma coleção bem heterogênea, meio confusa, e esse foi o ponto fraco da coleção. As formas são ao estilo Dior com a cintura fina e o famoso volume nas pernas. Um terninho com essas formas embutidas deixam as roupas “do escritório” muito mais, digamos, tentadoras. Vejo outra coisa que me deixa realmente feliz nessa coleção e em minha opinião é uma evolução nas criações para mulheres. Um micro vestido, muito feminino, bem trabalhado e lindo, com uma calça para completar o look. Por que não usar calça em algum evento? Por que a mulher sempre tem que estar com um vestido para estar elegante? A resposta é elas podem e depois desse desfile as mulheres vão começar a pensar da mesma forma (ou não, né?). Vemos coisas modernas nesse desfile também, o Tie-Dye feito na forma de alta costura e algumas peças com “pelo” que não me agradou. Um desfile que tem Christian Dior como inspiração e conceito, tenho certeza que ele adoraria ver essa coleção e ver como o trabalho de Raf chegou tão perto do seu próprio.

 

O que era para ser uma “olhadela” rápida nos desfiles de alta costura se transformou em um post (grandinho até) sobre as duas primeiras coleções de alta costura vista pelo mundo da moda nesta temporada, acho que eu estou inspirada hoje e pena que faz tempo que isso não acontece, pois eu adoro!!